sexta-feira, 11 de março de 2011

Marioneta Social

Ela está presa, imóvel. Lançou a sua dignidade ao acaso e esperou a esperança viva da segurança daquela prisão invisível. Preferiu ser mais um corpo suspenso no mecanismo do enleio, do controlo e da desumanização.
Observa como o seu olhar é vazio, a sua voz seca e como se despiu da vida com tanta facilidade, com tanto pudor e, no fundo, com tanto horror!
Não queiras ser mais um. Não escolhas as agarras de marioneta pois será a tua última escolha, não percas a vontade de poder. Não tenhas medo de cair. Na tua queda encontrarás a tua insustentável leveza, e breve será o tempo em que nascerão asas.

sábado, 4 de dezembro de 2010

(Des)Alento

Sou a desgraça e o infortúnio,
A tristeza e o desassossego,
A insustentável treva do ser
Sem caminho, sem apego.

Voarei eu longe desta fossa
Onde me deitei com os mortos
Sem asas, por destinos tortos
Esperando um dia a luz vossa!